Todo mundo sabe da importância de se dominar uma ferramenta de gerenciamento de projetos. O mercado é extremamente exigente e quanto mais qualificado, mais e melhores oportunidades se apresentam para nós.
Não tem jeito! Se você é um profissional que trabalha numa indústria projetizada, como é o caso da indústria da construção civil (e tantas outras!), lhe será cobrado o domínio de alguma dessas ferramentas.
Há uma semana atrás, iniciei mais uma turma de informática aplicada ao gerenciamento no MBA de Gerenciamento de projetos onde leciono. Neste curso, ensino aos alunos como unir as técnicas de gerenciamento de projetos aos softwares de gestão. Nas minhas aulas, utilizo o MS Project para conduzir um estudo de caso com a turma.
Sempre que inicio minhas turmas, procuro entender qual a expectativa dos alunos em relação à disciplina. E a pergunta de um aluno me gerou uma inquietação.
“Professora, sou empreendedor e trabalho executando obras. A gente vai sair daqui sabendo ‘mexer’ no Project? ”
Naquele momento, percebi a importância do meu trabalho como professora e como agente de mudanças neste mercado de trabalho.
É inegável a importância de se dominar as ferramentas de gerenciamento. Pelo menos uma! Mas existe uma diferença enorme entre conhecer o funcionamento de um software e entender as técnicas de gerenciamento que fundamentaram a construção deste software.
Já me deparei com muitos gerentes de projetos que não acreditam em software de gerenciamento. Mesmo quando estamos falando de aplicações consolidadas do mercado. Mas será que o problema realmente está na ferramenta?
Um software busca traduzir numa linguagem de programação uma metodologia que possibilite tratar problemas maiores e mais complexos, através de algoritmos que compreendem uma sequência finita de ações executáveis (passos) para resolver um problema. A tecnologia está aí para nos ajudar! Então, o que o MS Project (ou qualquer outro software de gerenciamento) faz é se valer de uma metodologia já consolidada para viabilizar a resolução de algum problema do mundo real. Por isso, não tem como você ser um bom gestor de projetos apenas fazendo um curso de Project. Você poderá ser um ótimo técnico, mas não será um bom gestor só por isso.
Se você não entender o que é uma EAP, não souber montar uma rede PERT, não souber calcular o caminho crítico (não entender nem o que é um), não for capaz de calcular folgas das tarefas, não entender não saber fazer um cálculo de produtividade... dominar uma ferramenta de gerenciamento de projetos vai lhe agregar muito pouco no seu dia a dia.
É preciso que, enquanto profissionais das áreas de gestão de projetos, dominemos primeiro as técnicas de gerenciamento, saibamos “fazer na mão” uma EAP, uma rede PERT, um cálculo de caminho crítico, cálculo de folgas, de produtividade. Mais que isso, precisamos saber o que é cada uma dessas técnicas e por que devemos utilizá-las.
Dominando os conceitos (pelo menos os básicos!), partimos para a escolha de um software para nos ajudar a colocar em prática o planejamento e o gerenciamento do nosso projeto. E consequentemente, para a busca por um curso, um livro, uma vídeo aula ou a ajuda de um colega que nos auxilie no domínio desta ferramenta.
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